
Você conhece a história do Edifício São Vito? Mais conhecido como “Treme-Treme”, a construção ganhou o controverso apelido de “favela vertical” por abrigar cerca de 3 mil moradores e ser cenário de medo e abandono na região central de São Paulo.
O que, a princípio, seria uma solução para a crise habitacional da cidade, se tornou um cortiço de 27 andares, localizado no antigo número 3170 da Avenida do Estado, no Parque Dom Pedro II. Há quem diga que com a movimentação de caminhões na região, o prédio chegava a balançar, e com isso surge o apelido que marcou sua existência.

A história do Treme-Treme
Construído nos anos 1950, o Edifício São Vito foi projetado para ser uma proposta moderna em meio à cidade de São Paulo. O polêmico Treme-Treme era constituído por mais de 600 quitinetes de 30m² cada, ideais para jovens solteiros e casais, bem parecido com os studios que são vendidos pela cidade atualmente. Além disso, a localização se destacava por ter muitas opções de lazer na região.
Os problemas surgiram por volta da década de 1970, com a falta de manutenção do local, o que causou sua deterioração. Além disso, os próprios moradores comprometeram a estrutura do edifício ao alterarem as plantas de forma inapropriada, para comportar ainda mais moradores. No momento mais crítico, estima-se que o Treme-Treme alojou 10 pessoas por unidade.
Apesar disso, por dentro, o edifício abrigava famílias inteiras, vizinhos que se tornaram amigos e festas nos corredores. Para muitos moradores, viver em uma dessas quitinetes era a única forma de morar perto do trabalho, da escola e do centro de SP.

A outra face do Edifício São Vito
O corte no abastecimento de água, improvisos nas instalações elétricas (mais conhecidos como “gatos”) e a suspensão da coleta de lixo foram o “golpe final” para a decadência do São Vito. Tudo isso gerou a imagem que conhecemos hoje: um local sombrio, superlotado, sem segurança e com alta criminalidade.
Em seus últimos anos de existência, o polêmico Treme-Treme foi desapropriado com a promessa de reforma e devolução aos moradores. Sete anos depois, em 2011, a Prefeitura optou pela demolição total da estrutura, feita de forma manual para não prejudicar as edificações vizinhas.
Atualmente, o terreno está temporariamente fechado para a construção da unidade definitiva do Sesc Parque Dom Pedro II.