O termo ‘quatrocentona’ ou ‘família quatrocentona’ é um termo criado no século XX. Desde então, as “primeiras” famílias a povoarem a vila de São Paulo e seus descendentes ficaram assim conhecidos.
Porém, é preciso lembrar que o termo se refere à história colonial do Brasil, não levando em conta aos povos originários que aqui habitavam anteriormente. Por isso, a maioria das famílias quatrocentonas têm origem portuguesa, descendendo dos bandeirantes e primeiros colonizadores – que, na época, eram a nobreza existente no país.
Famílias mais antigas de São Paulo
De acordo com a página da Wikipédia que explica o termo, foi o jurista e escritor José de Alcântara Machado de Oliveira quem criou o termo, em 1932. Ao utilizar a expressão pela primeira vez se referia “às famílias que chegaram na época da fundação da vila e resistiram fortes e significativas pela história de São Paulo”.
De acordo com registros, muitos quatrocentões paulistas são descendentes:
- do português João Ramalho, que se casou com a indígena Bartira. Ela era filha do cacique Martim Afonso Tibiriçá, o primeiro indígena a ser catequizado pelo padre José de Anchieta;
- e do também português Antônio Rodrigues, que se casou com uma filha do cacique Piquerobi, irmão de Tibiriçá.
Além dos casos em São Paulo, a miscigenação entre portugueses e indígenas aconteceu desde o início do Brasil Colônia. Outros casos conhecidos no Brasil são, por exemplo, o de Caramuru, na Bahia; e Adão Pernambucano, em Pernambuco.
Imaginário popular
Até hoje, o termo ‘família quatrocentona’ permanece na cultura popular como uma forma de designar as primeiras famílias ricas do estado.
No passado, foram essas as famílias responsáveis pelo desenvolvimento social, econômico, urbano e cultural das cidades paulistas. Isso porque muitos deram origem aos chamados barões do café, os grandes cafeicultores, e também a detentores dos títulos de barão, visconde, conde, marquês, fazendo parte da nobreza do Império do Brasil.
Com a depressão de 1929, muitos perderam suas fortunas e, com o fim do império, aos poucos perderam também a influência política. Apesar de decaírem economicamente e politicamente, as ‘famílias quatrocentonas’ mantiveram o seu status de elite paulista.
A maioria dos paulistanos dessas família mantiveram o costume de enterrar os familiares no Cemitério da Consolação, o que transformou o espaço em um verdadeiro museu a céu aberto pela beleza dos jazigos.
Será que você pertence à uma família quatrocentona?
Como vimos, o termo quatrocentão permanece como uma lembrança dos tempos dos bandeirantes, tropeiros e povoadores pioneiros. Especialmente, os descendentes de Bartira e João Ramalho.
Então, se você quer saber se pode fazer parte desta enorme árvore genealógica, confira alguns nomes de famílias tradicionais provenientes de São Paulo de Piratininga e demais vilas quinhentistas paulistas:
- Monteiro de Castro,
- Almeida Prado,
- Silva Prado,
- Castro Prado,
- Bueno da Silva,
- Freitas,
- Cunha Gago,
- Dias,
- Carvalho Pinto,
- Pires,
- Garcia Velho,
- Raposo Góes,
- Raposo Tavares,
- Mello Rego,
- Galvão Bueno,
- Paula Sousa,
- Vaz Guedes,
- Tibiriçá Piratininga,
- E mais uma centena que você pode conferir no artigo completo da Wikipédia.