Mansão abrigou familiares de famoso arquiteto, mas hoje é museu dedicado a poesia.
Várias opções de rolês culturais se estendem pelos quase três quilômetros de extensão da Avenida Paulista. Uma delas é a Casa das Rosas, uma mansão centenária transformada em espaço cultural.
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Assim como o Palacete Franco de Mello, é um dos pouquíssimos casarões que resistiram ao tempo na avenida, preservando lembranças de uma época em que a elite cafeeira ainda dominava a região.
Um projeto de respeito
O projeto da mansão remonta ao início dos anos 1930, pelas mãos do arquiteto Felisberto Ranzini. Ele trabalhava para o renomado escritório de Ramos de Azevedo, que tinha em seu rol de projetos a Pinacoteca do Estado, o Mercadão e o Theatro Municipal.
A construção foi concluída em 1935, com arquitetura predominantemente inspirada no estilo clássico francês. Ao todo, tinha 30 cômodos, quadras, pomar e jardins, onde cultivavam belíssimas rosas (daí o nome dado posteriormente ao casarão).
Quem habitou a Casa das Rosas?
A mansão abrigou familiares de Ramos de Azevedo durante cinco décadas. A filha do arquiteto, Lúcia, morou lá com seu marido, Ernesto, antes de passar as escrituras para o próprio herdeiro, Ernesto Filho.
A família ficou por lá até 1986, quando o Governo do Estado de São Paulo decidiu desapropriar o local a fim de preservá-lo.
Tombamento e ressignificação
Posteriormente tombada pelo CONDEPHAAT, a construção precisou se adaptar à nova realidade da Avenida Paulista, que já estava mais inclinada à identidade de centro cultural e comercial.
Por conta disso, virou galeria de arte de 1991 a 2003. Após reformas, renasceu finalmente em 2004, com o nome Espaço Haroldo de Campos, em homenagem ao poeta brasileiro que morrera no ano anterior.
A partir daí, a novíssima Casa das Rosas passou a funcionar como um centro cultural, reunindo cursos, oficinas, apresentações literárias e musicais, sarais, peças de teatro e exposições ligadas à literatura. Além disso, detém os 35 mil volumes que faziam parte da biblioteca de Haroldo de Campos e que foram doados ao estado após a morte do poeta.
De acordo com o site da instituição, a Casa das Rosas recebe cerca de 190 mil visitantes anualmente. Que tal programar uma visitinha?
Onde: Avenida Paulista, 37 – Bela Vista