Quem passa pela Avenida Nove de Julho pode nem imaginar que por baixo do asfalto passa um dos muitos rios de São Paulo. Isso porque, a capital paulista possui, pelo menos, 280 cursos d’água escondidos abaixo da superfície.
Para colocar em termos práticos, ninguém está a mais de 300 metros de distância de um curso de água, dá para imaginar? Pode parecer até impossível, mas, até algumas décadas atrás, os rios corriam livremente pela cidade. Porém, com o desenvolvimento urbano, os córregos e rios perderam-se em meio ao cinza. Atualmente, a cidade tem mais de 3.600 km de galerias fechadas.
Mas, afinal, quais são os principais rios de São Paulo?
Rio Tietê
Com 1.136 km de extensão e média de sete metros de profundidade, o rio Tietê nasce em Salesópolis e desagua no rio Paraná. Até 1940, servia para refrescar banhistas e recebia competições náuticas. Com o tempo, infelizmente, acabou se transformando em um esgoto a céu aberto.
Rio Tamanduateí
Com nascente em Mauá, o Tamanduateí corta São Paulo, Santo André e São Caetano do Sul. Margeado pela Avenida do Estado, possui 35 km de extensão. Seu tamanho, no entanto, era ainda maior: boa parte do rio (incluindo a parte que ficava ao lado da rua 25 de Março) acabou aterrada por conta da urbanização.
Rio Pinheiros
Um dos principais rios da cidade, o Pinheiros recebeu esse nome dos jesuítas por causa da grande concentração de árvores pinheiros-do-brasil na região. Tem extensão de 25 km e corre ao lado da famosa Marginal Pinheiros. Apesar de também ser bastante sujo, passa hoje por intenso processo de despoluição.
Rio Aricanduva
Afluente do Tietê, o rio Aricanduva nasce no pico do Cruzeiro, segundo maior ponto da capital, no extremo leste de São Paulo. Em épocas de chuva, é comum provocar alagamentos nos bairros pelos quais passa.
É possível mudar?
Como vimos, dois dos principais rios de São Paulo são o Tietê e o Pinheiros. Entretanto, apesar da fama, considera-se que são rios doentes (ou quase mortos) pelo nível de degradação por conta do esgoto e lixo que são neles despejados.
É difícil imaginar que São Paulo esconde tanta água, mas as enchentes nos colocam constantemente a frente deste problema. Será que a nossa relação com córregos e rios mudaria caso eles fossem limpos?
A verdade é que existem exemplos dentro da própria capital e, mesmo parecendo impossível, a verdade é que não é. Durante décadas, o Córrego Pirarungáua, localizado no Jardim Botânico, esteve canalizado. Hoje, o afluente do Riacho Ipiranga corre pelo local e se tornou atração do parque.
Além disso, atualmente, o Rio Pinheiros passa por um processo de despoluição que vem alterando o clima de esperança ao redor do assunto. O Parque Linear Bruno Covas, às margens da Marginal, é a prova de que é possível dar uma nova vida aos rios que cortam a cidade e que por tantas décadas deixaram de receber atenção dos paulistanos.