Muitos de nós, vivos, morremos de medo da morte. Por isso mesmo, lugares que remetam a ela (como necrotérios e cenas de crimes) ficam marcados pela população como assustadores, ou até mesmo assombrados pelas pessoas que lá faleceram. Neste artigo, trazemos cinco lugares mal-assombrados em São Paulo, muitos deles famosos no imaginário paulistano. Já conhecia todas as histórias?
1 – “Túnel dos Mortos” do HC
Começamos com o emblemático “Túnel dos Mortos”. Quem passa pelo Hospital das Clínicas mal imagina que, em seu subsolo, está um túnel com mais de cem metros que “recebe” pacientes mortos do hospital todos os dias.
Essa via “macabra” fica abaixo da Avenida Doutor Enéas Carvalho de Aguiar, fazendo a ligação entre o Hospital e o Serviço de Verificação de Óbitos. O objetivo da passagem é fazer o transporte dos cadáveres de forma mais rápida e discreta, sem passar pelas ruas da cidade.
Como era de se esperar, um túnel que recebe tantos cadáveres está permeado de histórias assustadoras. Pela internet, encontra-se relatos de ex-funcionários do HC que afirmam ter ouvido vozes ou presenciado vultos na passagem, o que contribui para a sua fama de mal-assombrado.
2 – Edifício Joelma
Em seguida, trazemos o Edifício Joelma, palco de uma das grandes tragédias de São Paulo.
Em 1974, um dos aparelhos de ar-condicionado do Joelma sofreu um curto-circuito e começou um grande incêndio no local. Sem saídas de emergência, a única escada do prédio foi logo tomada pela fumaça, o que também impossibilitou a passagem dos que estavam lá dentro.
Muitas pessoas tentaram fugir pelos elevadores, que logo pararam de funcionar. Em um deles, treze pessoas ficaram presas e morreram carbonizadas. Nunca foi possível identificar as vítimas, que ficaram conhecidas somente como as Treze Almas do Edifício Joelma.
Desde então, há relatos de casos sobrenaturais no local, como gritos ou pedidos de socorro. Um antigo zelador do cemitério de São Pedro, onde as Treze Almas não identificadas foram sepultadas, também diz ter ouvido gritos vindo de seus túmulos. Como solução, o zelador jogou água na terra, para tentar diminuir o sofrimento das vítimas carbonizadas.
Alega-se que, após a água, os gritos pararam de acontecer.
3 – Faculdade de Direito do Largo São Francisco
O próximo na lista de lugares mal-assombrados em São Paulo é a tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Há diversas explicações para tal. A primeira é que o local, onde antes havia um mosteiro, teve sua construção em cima dos restos mortais dos freis que moravam por lá.
Para além disso, no meio da instituição está sepultado o professor alemão Julius Frank. Por vir de família protestante, ele não poderia ter seu enterro nos cemitérios locais, que à época, estavam sob administração da Igreja Católica. Sendo assim, o túmulo de Frank está bem no pátio da faculdade.
Independentemente do porquê, muitos funcionários e alunos afirmam que o local é assombrado, sendo possível ouvir vozes nos corredores da faculdade.
4 – Edifício Martinelli
Grande ponto turístico de São Paulo, o Martinelli também abriga histórias macabras que acabaram por dá-lo o título de assombrado.
Inaugurado em 1929, o edifício era, àquela época, o mais alto arranha-céu da América Latina. Inicialmente ele foi um reduto da elite paulistana, mas com o passar do tempo, entrou em decadência e se tornou palco de diversas tragédias.
Em 1947, um adolescente foi assassinado e atirado no poço do elevador. Anos mais tarde, em 1965, cinco homens assassinaram uma mulher e atiraram do alto do prédio.
O edifício já foi palco para outros assassinatos, muitos sem solução, além de suicídios e tráfico de drogas. Por isso, apesar de hoje estar revitalizado e abrigar novos empreendimentos e órgãos públicos, segue com a fama assustadora.
5 – Castelinho da rua Apa
Por fim, trazemos o Castelinho da rua Apa como outro dos lugares mal-assombrados em São Paulo.
O imóvel está de pé desde 1912, sendo inicialmente uma residência familiar. Em 1937, porém, três membros da família que lá habitavam foram encontrados sem vida no local: a mãe e dois irmãos, todos mortos por tiros.
A polícia investigou o caso, mas não foi possível descobrir o assassino. Inicialmente, pensou-se que alguém próximo encomendou o crime. Depois, que as mortes teriam início em uma discussão dos irmãos, onde um acidentalmente matou a mãe e foi morto pelo outro, que teria se suicidado logo depois. A
perícia, porém, constatou que a posição dos corpos também tornava a segunda teoria impossível. Sendo assim, o crime segue até hoje sem solução.
As mortes deram ao local a fama de mal-assombrado, o que levou o edifício ao abandono e degradação. Após anos, porém, o castelinho virou patrimônio público e passou por um longo processo de restauração.
No entanto, mesmo com um futuro mais alegre, a tragédia segue como um marco bastante macabro da história do castelinho.