Primeiro museu de porte internacional do Brasil foi idealizado pelo jornalista Assis Chateaubriand.
Pensar em uma São Paulo sem o MASP é como imaginar o Rio de Janeiro sem o Corcovado: simplesmente não dá certo. A imagem do museu está tão atrelada à cidade que sua imagem estampa boa parte das lembrancinhas que turistas compram para levar para casa.
+ Que tal visitar o MASP sem sair do sofá?
Imponente, a construção assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi enfeita a Avenida Paulista, onde mantém sua sede no número 1.578 desde 8 de novembro de 1968. No entanto, a instituição nasceu mais de 20 anos antes de se mudar para o famoso endereço.
Histórico
Para entender a fundação do MASP é necessário retornar ao cenário econômico dos anos 1940. O crescente desenvolvimento industrial no país se refletia em São Paulo, que passou a atrair mais e mais pessoas, empresas e indústrias.
Porém, quando o assunto era cultura, a cidade se encontrava estagnada. A Semana de Arte Moderna de 1922 havia causado burburinho necessário para algumas conquistas da classe artística, mas não o suficiente para atingir o grande público. Por aqui, havia apenas uma casa de ópera e um único museu: a Pinacoteca do Estado.
A partir deste cenário, o jornalista paraibano Assis Chateaubriand usou sua influência como proprietário dos Diários Associados (o maior conglomerado de veículos de comunicação do Brasil na época) para conseguir meios de fundar um museu de nível internacional no país.
Inicialmente, o museu seria sediado no Rio de Janeiro, mas Chateaubriand preferiu São Paulo por achar que seria mais fácil arranjar patrocínios.
A compra de artes (e a ajudinha de um Bardi)
Por não ser especialista em obras de arte, Assis Chateaubriand contou com a ajuda do também jornalista e crítico de arte italiano Pietro Maria Bardi na hora de adquirir quaisquer peças. À época, a Europa se reerguia após o fim da Segunda Guerra Mundial e vendia muitas peças de seus acervos por “preço de banana”. Era a chance de ouro para Chateaubriand formar um catálogo extenso e invejável para o futuro museu.
Outro Bardi entra na jogada
Formou-se, então, o Museu de Arte de São Paulo. A arquiteta Lina Bo Bardi, esposa de Pietro, reformou um espaço de mil metros quadrados em um prédio no centro da cidade para abrigar a instituição, que foi finalmente inaugurada em 2 de outubro de 1947.
Durante os anos seguintes, com o crescimento do acervo e o oferecimento de cursos, o museu se expandiu para mais três andares do edifício. Foi o suficiente por alguns anos.
No final da década de 1950, Lina, encarregada de achar uma nova sede para o museu, chegou a contatar a Fundação Armando Álvares Penteado, mas o contrato não vingou. Achou, então, um local livre na Avenida Paulista onde anos antes funcionara o Belvedere Trianon, ponto de encontro da elite paulistana.
O terreno havia sido cedido para a prefeitura sob a condição de que a vista para a avenida Nove de Julho fosse preservada. Ciente disso, a arquiteta projetou em 1958 uma edificação suspensa por quatro pilares laterais, a fim de não “tampar” o centro da cidade.
Depois de uma década de obras, a atual sede do MASP teve sua inauguração em novembro de 1968, poucos meses após Assis Chateaubriand morrer, vítima de uma trombose. Na ocasião, a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, fez o discurso de abertura.
O MASP hoje
Depois de um tempo fechado por conta da pandemia de Covid-19, o Museu de Arte de São Paulo reabriu as portas. Quatro exposições estão em cartaz atualmente, incluindo a mostra da artista Conceição dos Bugres.
Onde: Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista