Conjuntos habitacionais para trabalhadores foram construídos em bairros como Lapa, Belém, Mooca e Bom Retiro.
Entre o final do século XIX e a década de 1930, São Paulo passou pelo período de desenvolvimento industrial mais significativo da história da cidade. Ao longo dos anos, fábricas de tecelagem, metalúrgicas e montadoras de carros começaram a desembarcar por aqui, atraindo cada vez mais moradores para a capital.
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Com a população em constante crescimento, aumentou-se também a demanda por moradias. A partir disso, várias empresas começaram a investir na construção de conjuntos de casas, uma forma barata de reunir seus operários em um lugar mais próximo ao polo industrial e, por muitas vezes, controlá-los a rédeas curtas.
A iniciativa teve o apoio do governo da época, que instituiu até mesmo isenção de alguns impostos para os industriais.
Foi assim que as chamadas vilas operárias foram surgindo por São Paulo, geralmente em bairros periféricos e próximos à malha ferroviária, como Bom Retiro, Belém, Mooca, Ipiranga e Lapa.
A estrutura variava de um simples conjunto de casas até construções elaboradas, com várias ruas, creches, igrejas, jardins e praças. Exemplo disso é a Vila Maria Zélia, próxima ao Belenzinho.
Um desses conjuntos habitacionais é a Vila dos Ingleses, que abrigou engenheiros vindos do Reino Unido para a construção da Estação da Luz.
Hoje, mesmo com grande parte das indústrias da época já fechadas, as vilas operárias resistem ao tempo, teimando em contar a história da classe trabalhadora daquele tempo.