Saiba mais sobre os “dias de glória” de alguns dos imponentes casarões que existem em São Paulo.
São Paulo tem história para dar e vender e isso é um fato incontestável. Por onde andamos, podemos encontrar vestígios do que a cidade já foi e indícios do que virá por aí. Como ode a essa característica da cidade, separamos as histórias de quatro palacetes construídos no início do século XX.
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Que tal anotar na agenda para visitá-los assim que possível?
Palacete Joaquim Franco de Mello
Erguido em 1905, foi um dos primeiros casarões a ocupar a Avenida Paulista em sua era residencial, e o único que ainda está de pé. De arquitetura eclética, a construção serviu de residência para o coronel Joaquim Franco de Mello, sua esposa e filhos.
O imóvel, ampliado com o tempo, contém 35 cômodos internos, que incluíam a “sala dourada”, usada apenas na ocasião de visitas ilustres. O restante do terreno de 4720m² possui extensa área verde particular.
O tombamento do casarão, em 1992, gerou briga judicial entre o Governo do Estado e a família Franco de Mello. Finalmente, em 2019 ficou definido que a Secretaria Estadual da Cultura assumiria o espaço, que passará por reformas para abrigar um espaço cultural interativo.
Onde: Avenida Paulista, 1919 – Bela Vista
Palacete Helvetia
Idealizado pelo cônsul suíço Achilles Isella, o imóvel nasceu em 1923, na esquina entre a Rua Aurora e a Rua Santa Ifigênia. Bem frequentada, a região da Luz era casa de inúmeros hotéis luxuosos, daí a ideia de destinar os dois andares superiores do palacete a quartos para aluguel. Enquanto isso, o térreo assumia função comercial.
Mais tarde, em 1986, o Helvetia esteve em perigo com o polêmico plano de revitalização do bairro proposto pelo então prefeito Jânio Quadros. O objetivo era passar um trator por cima de tudo e construir uma “Nova Luz”, com prédios maiores, mais modernos e mais imponentes. Mas o projeto acabou impedido no mesmo ano, com o tombamento emergencial de 153 imóveis entre os bairros Campos Elíseos e Santa Ifigênia.
Onde: Esquina entre Rua Aurora e Rua Santa Ifigênia – Santa Ifigênia
Palacete Tereza Toledo Lara
De estilo predominantemente eclético, a construção foi encomendada pelo conde Antônio Toledo de Lara, um dos fundadores da Antarctica, e entregue em 1910. O proprietário, então, decidiu nomear o palacete em homenagem a sua filha.
A princípio, o imóvel era ocupado apenas por escritórios comerciais e de advocacia, além de consultórios médicos e de ortodontia. Em 1912, passou a ser o novo endereço da Casa Bevillacqua, a primeira loja de instrumentos musicais da cidade. Mais tarde, na década de 1940, abrigou a sede da Rádio Record, trazendo ao palacete a alcunha de “esquina musical de São Paulo”.
Tal fama acompanhou o edifício ao longo dos anos: desde 2017, o local é ocupado pelo tradicional espaço de shows Casa da Francisca.
Onde: Rua Quintino Bocaiúva, 22 – Sé
Palacete do Carmo
Construído no início dos anos 1920, o Palacete do Carmo ocupa a esquina entre a Rua Venceslau Brás e a Rua Roberto Simonsen, na Sé. A construção tem seis andares em estilo europeu, mais precisamente à arquitetura parisiense. Infelizmente, grande parte desse charme está escondida pelo aspecto degradado do edifício e as telas de proteção que o cercam.
Em tempos mais gloriosos, suas salas comerciais chegaram a ser ocupadas por um tabelião, um consultório dentário e até uma estação de rádio.
No ano passado, a Veja São Paulo noticiou que investidores estavam em negociações com a Arquidiocese de São Paulo para reformar o palacete. A obra, com custo de até R$ 200 milhões, pode se estender a outros oito prédios históricos da região. A ideia, segundo a reportagem, é tornar o Centro Velho novamente atrativo a empresas.
Onde: Esquina entre Rua Venceslau Brás e Rua Roberto Simonsen – Sé
Foto de capa: Flávio Nascimento/Flickr