No aniversário de São Paulo em 2020, o Paço das Artes conquistou sua primeira e definitiva sede. O Casarão Nhonhô Magalhães – hoje chamado Casarão Higienópolis – recebia a exposição inédita Limiares da artista Regina Silveira.
Mas, para entender como a instituição passou de nômade para fixa, é preciso olhar para o passado. Por isso, recolhemos as informações sobre uma das poucas mansões que ganharam um novo destino.
Reabertura e uso misto
É difícil acreditar que uma região tomada por prédios, como é Higienópolis, já foi endereço de mansões. Mas, na época dos barões do café, os bairros que circundam a Avenida Paulista eram repletos de casarões.
Hoje em dia, restaram poucos exemplares da arquitetura daquela época. Um deles é o famoso Casarão Nhonhô Magalhães, que agora chama-se Casarão Higienópolis.
O imóvel, na esquina da Avenida Higienópolis com a Rua Albuquerque Lins, se tornou patrimônio histórico apenas em 1994.
Mas foi só em 2005 que, após o Shopping Pátio Higienópolis arrematar o imóvel em um leilão do governo estadual, passou à fase de restauro.
De acordo com reportagem da VEJA São Paulo, o Shopping Pátio Higienópolis investiu 15 milhões de reais na obra. Agora, passa a receber “eventos de marcas, casamentos, jantares, desfiles de moda, encontros culturais e outras reuniões”.
Porém, no momento da venda o edital previa que após a realização da reforma, parte da casa deveria ser um equipamento público cultural.
Assim, é possível conhecer o Casarão — pelo menos uma parte dele — ao visitar o Paço das Artes. Isso porque, o espaço ligado ao Museu da Imagem e do Som (MIS) vai ocupar o piso inferior por vinte anos.
A visitação é gratuita e acontece de terça a sábado, das 11h às 19h, e aos domingos e feriados, das 12h às 18h.
História
O barão Carlos Leôncio de Magalhães, conhecido como Nhonhô, foi um dos maiores cafeicultores do século XX. Com a intenção de receber festas e jantares, encomendou o palacete em 1927.
Mas faleceu apenas um ano depois do início das obras, em 1931, em decorrência de um câncer.
Foi só em 1939 que o Casarão Nhonhô foi inaugurado, abrigando a família do barão. Sua esposa, Ernestina Reis Magalhães, e cinco dos seus oito filhos moraram no local durante anos.
Porém, a morte de dois filhos no imóvel passou a cercá-lo de lendas urbanas e histórias de mau agouro.
Por isso, em 1954, acabou por ser vendido ao Governo do Estado.
Desde então, já foi sede da Secretaria de Segurança Pública, no auge da Ditadura Militar. E seguiu ligado aos órgãos policiais até o leilão feito em 2005.
Onde: Rua Albuquerque Lins, 1345 – Higienópolis