Loja de departamentos luxuosa acabou definhando com o passar do tempo.
Nascidos até a década de 1990 hão de lembrar do antigo Mappin, o enorme prédio na Praça Ramos de Azevedo que abrigava uma loja de departamentos. Com um início extremamente luxuoso, a empresa definhou até a falência, em 1999. Mesmo assim, há muita história para contar.
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Início da marca
A origem da loja de departamentos data de 1912, quando os ingleses Walter e Herbert Mappin abriram uma filial da Mappin & Webb em São Paulo, mais especificamente na rua Quinze de Novembro. De início, eram vendidos ali apenas produtos finos importados da Europa, como cristais, pratarias, relógios e joias.
Um ano mais tarde, outro empresário inglês, John Kitching, propôs aos irmãos Mappin um novo conceito de comércio: a Mappin Stores. Embora também voltada para a população mais rica, a nova loja ofereceria peças de roupas femininas e infantil, artigos de armarinhos e cortinas.
De início, ambas as lojas dividiram o mesmo prédio na rua Quinze de Novembro, mas o local acabou pequeno para comportar o público sempre em crescimento. Assim, em 1919, a Mappin & Webb ocupou novamente todo o edifício, onde funcionou até 1936, quando encerrou suas atividades em São Paulo. Já a Mappin Stores deixou o endereço e se mudou para a Praça do Patriarca.
Com mais espaço, a loja pôde contratar mais funcionários e incluir novos departamentos, ainda voltados para famílias mais abastadas. Esse modelo de negócio durou até 1929, quando a quebra da Bolsa de Nova Iorque influenciou a empresa a se popularizar: passou a vender no crediário e a colocar preços mais atrativos nas vitrines.
O caráter popular da loja se confirma em 1939, quando boa parte das ações vão para as mãos de outro britânico: Alfred Sim. Uma vez que era o maior acionista da empresa, Sim adequou mais ainda o local ao modelo brasileiro de negócios, passando a vender cada vez mais produtos nacionais.
Também em 1939 foi inaugurada a famosa unidade na Praça Ramos de Azevedo, um edifício em arquitetura art déco erguido em frente ao Theatro Municipal.
Declínio e falência
Os negócios apertaram na década de 1940, quando a chegada de novas empresas de comércio varejista diminuiu a receita do Mappin, que acabou comprado por Alberto Alves Filho.
O empresário comandou a loja até sua morte, em 1982. Com isso, sua esposa, Cosette Alves, assumiu o controle da empresa, decidindo abrir mais cinco filiais no Brasil. A partir daí, o endividamento aumentou até o ponto do pedido de falência, em 1999.
Nova história para o Mappin
Após vinte anos de sua falência, o Mappin voltou a figurar no dia a dia do paulistano. Refundada em 2019, a empresa agora atua como loja online.
Enquanto isso, o famoso edifício na Ramos de Azevedo abriga, hoje, uma Casas Bahia.