
Ao todo, 22 retratos e poemas estão espalhados pela estação.
Quem visita a estação Sumaré do Metrô já está acostumado à sensação de estar sendo observado a todo tempo. Isso porque vários rostos e partes de poesias estampam os painéis de vidro que ladeiam as plataformas de embarque desde sua inauguração, em 1998. Mas quem são aquelas pessoas ali retratadas? A resposta é surpreendentemente fácil: gente comum e anônima como você e como eu.
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Uma obra, várias histórias
A obra, nomeada simplesmente como “Estação Sumaré”, tem como autor o fotógrafo paulistano Alex Flemming. Segundo o artista, a ideia era propor uma reflexão sobre o “manancial de poesia” que há dentro de cada pessoa anônima com quem cruzamos diariamente pelas ruas da cidade.
Filho de piloto de avião e de uma aeromoça, Flemming viajou muito pelo mundo, colecionando uma pilha de passaportes. Foi daí que veio a ideia das fotografias tiradas frontalmente, como são geralmente feitas as fotos para documentos de identificação. Para ele, essas imagens são oportunidades de refletir sobre “a verdade dos olhares” por trás da seriedade dos documentos.
Poema no olhar
Para completar a mensagem de “Estação Sumaré”, Flemming escolheu poemas de para ilustrar cada um dos 22 retratos da obra. A curadoria flexível trouxe textos de autores brasileiros que remontam ao século XVI até a contemporaneidade. E os versos estão lá, sobrepostos aos rostos, com letras coloridas e desordenadas, que chegam até a dificultar a leitura.
Mesmo assim, vale um olhar mais analítico, mesmo que apressado, para tentar decifrar a poesia que cada retrato da obra pretende declamar para nós.
Onde: Avenida Doutor Arnaldo, 1470 – Sumaré
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Foto de capa: