Neste sábado, dia 29, o Museu Afro Brasil inaugura a exposição individual ‘Alicerce’, do artista indígena Andrey Guaianá Zignnatto. No total, 10 trabalhos – entre vídeos, instalação, serigrafias e pinturas – poderão ser vistos pelo público.
Os ingressos custam a partir de R$ 7,50 (meia entrada) e dão direto à visitação completa do museu, incluindo outras exposições. As visitas acontecem de terça a domingo, das 10h às 17h.
Alicerce
A mostra conta com a curadoria do próprio artista e tem como destaque a instalação de mesmo nome, ‘Alicerce’. A obra é uma casa pré-moldada de concreto, apoiada sobre um conjunto de dezenas de grandes vasos cerâmicos indígenas.
Além disso, o conjunto de trabalhos expostos propõe uma revisão sobre o processo de desenvolvimento dos movimentos modernistas e contemporâneos da história da arte brasileira.
Para Zignnatto, há uma constante apropriação de elementos das culturas indígenas por parte dos artistas na produção de seus trabalhos. Porém, nesse processo, que o artista chama de “grilagem cultural”, acontece uma exclusão dos povos indígenas.
Outro trabalho de destaque da mostra é o conjunto de cinco pinturas denominado ‘Espelho dos Juruás’. Nele, o artista retrata, em cada tela, sua boca, num gesto que apresenta sua arcada dentária, semelhante à forma por meio da qual escravos pretos e indígenas eram avaliados por seus colonizadores. Abaixo das imagens, encontram-se algumas das muitas frases que Andrey ouviu no decorrer da vida.
Sobre Andrey Guaianá Zignnatto
Indígena das etnias Dofurêm Guaianá e Guarani M’bya, Andrey Guaianá Zignnatto é um artista autodidata, professor de artes visuais e ativista de projetos sociais.
Participou de exposições, entre individuais e coletivas, em museus, centros culturais e galerias de arte no Brasil, Estados Unidos, Emirados Árabes, França, Colômbia, Inglaterra, Itália, Peru e Argentina.
A produção artística de Zignnatto, de acordo com o próprio, são uma forma de buscar o equilíbrio entre as muitas e diferentes forças dos universos urbanos e dos povos originários. Desde sua vida em ambientes urbanos, inclusive de sua experiência na juventude como pedreiro, até a ancestralidade indígena de sua família.