
Erguida durante a ditadura militar, instituição foi pensada para facilitar o acesso do público à cultura.
Quem costuma se aventurar na busca por cultura na cidade, com certeza já passou pelo Centro Cultural São Paulo. Afinal, a enorme estrutura de 46,5 mil metros quadrados abriga um dos principais espaços multidisciplinares da cidade. Por lá, há arte e cultura sendo disseminadas a qualquer hora do dia e em cada canto da enorme construção. Sendo assim, por que não conhecer mais sobre a história do local?
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História
O terreno que viraria CCSP acabou nas mãos da prefeitura na década de 1970, durante desapropriação para construção do metrô. Assim, vários projetos foram postos na mesa ao longo dos anos, incluindo ideias de urbanizar o local com escritórios, hotéis e um shopping center.
No entanto, o plano aprovado foi o da construção de uma moderna biblioteca. As diretrizes seguiram até o final da década, quando a gestão do prefeito Reinaldo de Barros reformulou o projeto. Agora, miravam em um centro cultural semelhante ao Centre Georges-Pompidou, em Paris.
Projeto subversivo
Comandado pelos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles, o projeto recebeu bastante atenção da mídia na época. Isso se deu principalmente por causa das inovações arquitetônicas, que levaram a vários problemas de execução. Para chegar à perfeição imaginada por Lopes e Telles, foram usados materiais como vidro, aço, concreto, acrílico e até tecido.
O caráter multidisciplinar e integrativo do centro também deu o que falar, afinal, se afastava do modo tradicional e segmentado que regia boa parte das instituições da época. A ideia geral era que a arquitetura do novo prédio fosse fluida o bastante para facilitar o encontro dos visitantes com o que quer que estivessem procurando ali dentro, escancarando o acesso à informação em um país que ainda passava pela ditadura militar.
Inauguração e conclusão da obra
Pouco mais de um ano depois do início de suas obras, o Centro Cultural São Paulo foi aberto em 13 de maio de 1982, ainda inacabado. O projeto foi enfim concluído em 2004, com a entrega de um último jardim.
Um lugar, dezenas de possibilidades
O CCSP conta com cinco salas de espetáculos, cada uma com características específicas que melhor atendem determinados eventos. A Jardel Filho, por exemplo, recebe música, teatro e dança, enquanto a Lima Barreto exibe mostras de cinema. Além disso, há também dois pisos expositivos, dedicados a mostras itinerantes e também de acervo próprio.
O prédio também dispõe de várias bibliotecas acessíveis ao público. A maior delas, nomeada Sérgio Milliet (em homenagem ao escritor brasileiro que dirigiu a Biblioteca Mário de Andrade), possui o acervo mais generalizado. Há ainda os espaços mais específicos, incluindo os dedicados a histórias em quadrinhos e a livros em braile.
Outras instalações educativas incluem uma horta comunitária, espaços para convivência e práticas culturais, ateliês abertos, laboratório de fotografia, estúdio de rádio e um corredor de dança.
Definitivamente, vale adicionar o CCSP à lista de lugares a visitar pelo menos algumas vezes na vida.
Onde: Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso