Local foi idealizado pela elite como forma de colocar São Paulo no circuito de grandes óperas.
São Paulo possui uma coleção de edifícios icônicos, que atendem todos os gostos. Quem gosta de arranha-céus deve amar o Edifício Itália, enquanto os aficionados por exposições provavelmente têm o MASP e a Oca como queridinhos. Sendo assim, é quase certo que paulistanos amantes de teatro, ópera, balé e afins sejam caidinhos pelo Theatro Municipal, um dos cartões-postais mais emblemáticos da cidade.
+ Visite o Theatro Municipal sem sair de casa
De pé há mais de um século, o belíssimo e imponente prédio localizado na Praça Ramos de Azevedo nasceu de um devaneio dos ricaços que comandavam a cidade entre os séculos XIX e XX.
As conversas sobre a construção do Theatro Municipal começaram a acontecer em 1895. A elite daquela época, impulsionada pela fartura da economia cafeeira, sonhava com uma casa de espetáculos luxuosa, aos moldes dos chiques teatros europeus. Assim, pensavam eles, São Paulo poderia finalmente receber grandes nomes da música lírica e também da dramaturgia.
O projeto começou a sair do papel em 1903, coordenado pelo escritório Ramos de Azevedo, e foi entregue à cidade em 1911. Sua inauguração, em setembro daquele ano, causou aglomeração de cerca de vinte mil pessoas, que se reuniram para conferir a ainda rara iluminação elétrica que emanava do prédio.
Apenas um seleto grupo de pessoas pôde conferir a primeira noite de espetáculos do Theatro Municipal. Para a estreia, foram apresentadas as óperas “Il Guarany”, de Carlos Gomes, e “Hamlet”, de Ambroise Thomas.
Na década seguinte, a casa recebeu centenas de produções, criadas por compositores brasileiros, franceses, italianos, alemães e russos. O apogeu, no entanto, aconteceu em 1922. O local foi sede da Semana de Arte Moderna, evento que propunha a quebra de vários valores artísticos tidos como obrigatórios na época.
Arquitetura
O prédio apresenta estilo arquitetônico eclético, combinando os estilos Renascentista, Barroco e Art Nouveau. A planta do local inclui vestíbulo, salão de entrada, escadaria nobre, sala de espetáculos, palco e camarins. Há ainda o Salão Dourado, onde é servido almoço de segunda a sábado; e o subsolo, no qual funciona o elegante Bar dos Arcos.
Onde: Praça Ramos de Azevedo, sem número – República