Você conhece a Rua Peixoto Gomide? Localizada em uma das principais regiões da capital, a via corta a Avenida Paulista e abriga endereços importantes, como o tradicional Hospital Nove de Julho. Mas afinal, quem foi Peixoto Gomide? Hoje, vamos te contar a história macabra por trás do homem que dá nome a essa rua da cidade.

Quem foi Peixoto Gomide?
Assassino e presidente do Senado Estadual entre 1897 e 1898, cargo equivalente ao de um governador nos dias atuais, Francisco de Assis Peixoto Gomide Júnior integrava uma das famílias mais tradicionais de São Paulo. O homem vivia com sua filha, Sofia Gomide, no Palacete Chavantes, hoje um prédio comercial, na Rua Benjamim Constant – Sé.
No dia 20 de janeiro de 1906, faltando apenas uma semana para o casamento da jovem com o engenheiro, promotor público e poeta Manuel Baptista Cepelos, sua história chegou ao fim por um ato cruel de seu pai. Na casa da família, Peixoto Gomide atirou na cabeça da própria filha e, logo após, se suicidou.
Enquanto Sofia nunca recebeu honras oficiais e foi enterrada com seu vestido de noiva ao lado do seu próprio assassino, a história de Francisco de Assis Peixoto Gomide Júnior seguiu um caminho diferente. Mesmo após o crime bárbaro, o pai recebeu um funeral digno de um líder político e, em 1914, a Câmara Municipal de São Paulo nomeou uma das principais ruas da cidade em sua homenagem.
Um projeto de lei e essa história pode mudar!
Antes de receber o nome de alguém que carrega um feminicídio em sua ficha, a rua em questão se chamava Maria Isabel e foi rebatizada. Infelizmente, não é só nessa via que esse tipo de história acontece em São Paulo.
Em 2025, um projeto de lei que propõe proibir homenagens a figuras que cometeram feminicídio tramita na Câmara Municipal de São Paulo. Além disso, um projeto complementar visa renomear a Rua Peixoto Gomide como Rua Sofia Gomide, uma reparação simbólica e valorização da memória da vítima, que a cidade e o tempo apagaram da história.
Por fim, sempre é bom lembrar: ligue 180 para falar com a Central de Atendimento à Mulher e 190 para acionar a Polícia Militar em casos de emergência. Esses serviços são essenciais no enfrentamento à violência contra as mulheres.