O termo que designou a elite paulista tradicional se refere às primeiras famílias a povoar SP.
O termo ‘quatrocentão’ ou ‘família quatrocentona’ passou a ser usado próximo a celebração dos quatrocentos anos da cidade, em 1954. Desde então, as ‘primeiras’ famílias a povoarem a vila de São Paulo e seus descendentes ficaram assim conhecidos. É preciso lembrar que o termo se refere à história colonial do Brasil, não levando em conta as tribos que aqui habitavam anteriormente.
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A maioria das famílias quatrocentonas têm origem portuguesa, descendendo dos bandeirantes e primeiros colonizadores, que na época eram a considerada nobreza existente no país.
De acordo com a página da Wikipedia que explica o termo, este foi cunhado em 1932 pelo jurista e escritor José de Alcântara Machado de Oliveira ao se referir “às famílias que chegaram na época da fundação da vila e resistiram fortes e significativas pela história de São Paulo”.
De acordo com os registros, muitos quatrocentões paulistas são descendentes do:
- português João Ramalho, que casou-se com a índia Bartira, filha do poderoso cacique Martim Afonso Tibiriçá, o primeiro índio a ser catequizado pelo padre José de Anchieta;
- e do também português António Rodrigues, que casou-se com uma filha do cacique Piquerobi, irmão de Tibiriçá,
A miscigenação entre portugueses e índios aconteceu desde o início do Brasil Colônia, havendo mais casos na Bahia, como o conhecido Caramuru, e Adão Pernambucano, em Pernambuco.
Imaginário popular
Até hoje, o termo quatrocentão permanece na cultura popular como uma forma de designar as primeiras famílias ricas do estado. A maioria dos paulistas destas família mantiveram o costume de enterrar os familiares no Cemitério da Consolação, o que transformou o espaço em um verdadeiro museu a céu aberto pela beleza dos jazigos.
No passado, foram essas as famílias responsáveis pelo desenvolvimento social, econômico, urbano e cultural das cidades paulistas. Isso porque muitos deram origem aos chamados barões do café, os grandes cafeicultores, e também a detentores dos títulos de barão, visconde, conde, marquês e que faziam parte da nobreza do Império do Brasil.
Com a depressão de 1929, muitos perderam suas fortunas e com o fim do império, aos poucos perderam também a influência política. Apesar de decaírem economicamente e politicamente, as famílias quatrocentonas mantiveram o seu status de elite paulista.