Neste 11 de maio de 2022, o ‘Projeto Arte Social’ completa um ano. Durante o período, mais de 26 mil reais foram arrecadados e destinados a organizações não governamentais.
Por trás do projeto, está a advogada Maria Glória Prado, de 36 anos. A partir da venda de impressões em fine art, com desenhos de sua autoria, Glória reverte 100% do lucro para organizações não governamentais.
Todo o valor arrecadado é integralmente doado – e as contas são prestadas publicamente através do Instagram do projeto.
Ideia e processo de construção do Projeto Arte Social
Durante a conversa, Glória explica que o projeto foi nascendo aos poucos, a partir de pequenos eventos que ocorreram. Para ela, tudo começou em 2018, ao visitar uma exposição do artista alemão Joseph Beuys.
Fiquei fascinada pela teoria desenvolvida por ele nos anos 70, segundo a qual, em linhas gerais, a vida é uma escultura social que todos podemos contribuir para moldar, a partir do potencial revolucionário da criatividade humana.
No ano seguinte, ao visitar a exposição ‘Somos muit+s: experimentos sobre coletividade’, na Pinacoteca, teve a chance de mais uma vez confrontar a ideia do impacto social da arte. O interesse pelo tema da “arte como vetor de mudança social” seguiu crescente.
Foi só em 2020, com a deflagração da pandemia, que o projeto começou a de fato ganhar forma.
Voltei a desenhar – hábito de infância que havia deixado de lado na vida adulta. Vez ou outra me perguntavam se eu pretendia vender algum deles – a resposta era sempre negativa; desenhava para me distrair e poderia fazer para os amigos de presente, se alguém quisesse.
A frequência dos desenhos aumentava de maneira paralela às conversas com amigos próximos a respeito do que poderíamos fazer e como poderíamos nos organizar para, de alguma maneira, ajudar as pessoas mais impactadas pela pandemia aqui no nosso país. Acho que daí a ideia de vender os desenhos com esse propósito acabou sendo natural.
Escolhendo uma causa
Enquanto lia as respostas da Glória, pensei na importância de encontrar causas que nos tocam na hora de começar um projeto social.
Por exemplo, no seu caso, a advogada escolheu a ONG ‘Dois Pães e um Pingado‘ – que assistência à população em situação de rua da Sé – como primeira instituição beneficiada porque já acompanhava o seu trabalho.
O meu primeiro contato com São Paulo na vida adulta foi de fato a partir do centro. Lembro em detalhe e com carinho do domingo em que meu pai e meu irmão me levaram de metrô até a Sé para aprender o caminho à Faculdade, assim que me mudei para São Paulo, em 2003. Lembro também de reparar em tanta gente precisando de ajuda ali nos arredores da Catedral – situação que vi se agravar com o passar dos anos frequentando a Faculdade.
A escolha da ONG acabou sendo, por isso, também bastante natural. A partir daí, Glória passou a escolher outras organizações ligadas ao combate à fome.
Hoje, segundo ela, a ideia é ampliar a ajuda para outras causas sociais.
Projeto em números
Para celebrar um ano do projeto, a Glória fez um levantamento de todas as vendas feitas e os números são impressionantes!
- 152 impressões numeradas fine art da Série Na Pademia;
- 98 impressões numeradas fine art da Série Abraço;
- 17 impressões numeradas fine art Edição Especial Limitada em comemoração ao Centenário da Semana de Arte Moderna;
- 20 pacotes de 10 cartões;
- 21 cartões unitários;
- 97 ecobags de algodão cru bordadas com a arte Vem Comigo;
- 1 série de 3 aquarelas sob encomenda
Organizações beneficiadas:
- Dois Paes e Um Pingado: R$ 8.201,17
- Banho Solidário Sampa: R$ 10.131,07
- Natal Solidário Mão Amiga: R$ 3.467,79
- Campanha Regatão do Bem do IDESAM: R$ 3.579,74
Total arrecadado: R$ R$ 26.926,18
Tudo isso em um ano e em um projeto solo de muito sucesso.
Como fazer parte
Se você é um admirador das artes e também quer ajudar, que tal garantir a sua obra do Projeto Arte Social?
Todas as peças à venda estão na página do Instagram.
Além disso, Glória tem pensado em um leilão beneficente com o lucro 100% revertido às instituições escolhidas.