Neste domingo, dia 24, a Avenida Paulista será palco de mais um evento histórico: a 1ª Parada do Orgulho PCD (Pessoa com Deficiência) do Brasil. Das 10h às 16h, em frente ao prédio da Fiesp, ativistas e membros da comunidade se reúnem para uma manifestação em favor da equidade e dos direitos das pessoas com deficiência.
O evento é realizado pelos coletivos Vale PCD e Quilombo PCD e foi idealizado por Priscila Siqueira, Weverton Fonseca, Julia Piccolomini, Pedro Avelar e Marcelo Zig. Para os organizadores, esta inovadora iniciativa é a chance sensibilizar a sociedade sobre as questões enfrentadas e celebrar a diversidade humana.
Parada do Orgulho PCD: arte, música e igualdade
A Parada do Orgulho PCD não se limita a ser apenas um evento, é uma manifestação de empoderamento. Por isso, a programação conta com apresentações artísticas de pessoas com deficiência que trazem à tona temas como igualdade, inclusão e superação.
Entre os destaques está o ativista social e rapper Billy Saga, que, mesmo sendo cadeirante, utiliza a música para dar voz aos direitos das pessoas com deficiência. Outro nome é o músico e produtor musical Quixote, que, apesar de enfrentar desafios de mobilidade devido a uma deficiência no braço direito, inspira com sua música e aborda questões de preconceito.
Conscientização para o Setembro Verde
Você sabia que Setembro Verde é o Mês da Pessoa com Deficiência? O dia 21 deste mês, marca Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Por isso, o evento não poderia ser em outra data. Assim, alinha-se com o espírito de conscientização e mobilização de setembro.
Desigualdade, educação e trabalho: os números da PCD no Brasil
Os dados revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2022, do IBGE, são alarmantes.
Cerca de 8,9% das pessoas com 2 anos ou mais de idade no Brasil, aproximadamente 18,6 milhões de indivíduos, enfrentam algum tipo de deficiência.
Ainda assim, os desafios dessa população é significativo. Por exemplo, outros números da mesma pesquisa revelam:
- Alta taxa de analfabetismo entre PCD (19,5%),
- Baixa conclusão do Ensino Médio (25,6%)
- Desigualdade no mercado de trabalho (participação na força de trabalho de 29,2%).
- Informalidade no trabalho (cerca de 55% das pessoas com deficiência, contra 38,7% de pessoas sem deficiência).
Desta forma, a 1ª Parada do Orgulho PCD é mais do que um evento, é um grito de esperança e mudança. Afinal, em um país onde as barreiras ainda são muitas, esta manifestação busca iluminar os caminhos para uma sociedade mais inclusiva.