Até março de 2024, São Paulo recebe ‘Montez Magno: Algúria’, mostra retrospectiva do artista pernambucano. Reunindo mais de oitenta trabalhos, a exposição destaca a ficção visionária do artista, cujos exercício de imaginação remetem a campos diversos, como o urbanismo, a paisagem e a música.
A exposição está no 2º andar da Pinacoteca Luz (Praça da Luz, 2 – Luz). Você pode visitá-la de quarta a segunda, das 10h às 18h, exceto às quintas onde o horário é estendido até às 20h. Os ingressos custam a partir de R$15 (meia-entrada) e estão disponíveis pelo site ou na entrada da Pinacoteca. Saiba mais a seguir!
‘Montez Magno: Algúria’
Montez Magno usou de toda sua engenhosidade para criar a partir da poesia, da pintura e da escultura.
Em mais de setenta anos de produção, o artista lançou mão dessas múltiplas linguagens, passando por investigações iniciais no campo da abstração e por experimentações com objetos, poesia visual, projetos arquitetônicos, entre outros.
Sobre o título da exposição, a curadora Clarissa Diniz explica:
A exposição toma de empréstimo o título de um conto escrito por Montez em 1975, no qual o autor narra sua visita a Algúria, um país quadrimensional situado no deserto do Saara.
Central em sua obra, o conto soma-se a inúmeros outros gestos de ficcionalização não somente de ‘outros mundos’, mas fundamentalmente um exercício de reimaginação do mundo em que vivemos, dos mundos onde nos encontramos”.
Sobre a exposição
Montez Magno trabalhou com materiais simples e cotidianos, como sabão em barra, giz, bolas de isopor, dados, atribuindo-lhes novos sentidos.
Em sintonia com práticas de “anti-arte”, vigentes das vanguardas modernas aos experimentalismos das décadas de 1960 e 70, o artista criou a série ‘Cidades Imaginárias’ (1972-). Neste projeto, Montez prospectou arquiteturas de cidades e museus usando materiais como partes de canos, dobradiças e tubos de papelão.
Na primeira sala da mostra, por exemplo, o público poderá ver trabalhos como ‘Cidade esférica’ (1998), ‘Cidades Visionárias’ (1972) e o ‘MM Museu Mausoléu’ (1969). Chamada pelo artista de “MMMausoléu”, a obra é uma crítica ao museu como um lugar que representa também o sepultamento da arte e da vida.
Sobre Montez Magno
Montez Magno de Oliveira nasceu em Timbaúba, no Pernambuco, em 1934. Começa sua produção nos anos 1950, trabalhando com linguagens distintas como a poesia, a pintura, a escultura, a fotografia, o desenho, dentre outras.
Sua primeira exposição individual acontece em 1957, no Instituto dos Arquitetos do Brasil do Recife. A partir de 1960, publica artigos e pesquisas sobre arte em jornais brasileiros, mantendo uma prática crítica que remonta aos anos de 2010.
Publicou mais de quinze livros com seus poemas e escritos, bem como ilustrou trabalhos de autores diversos, como Osman Lins. Participou de mostras importantes como edições da Bienal de São Paulo e do Panorama da Arte Brasileira.
Atualmente, suas obras encontram-se em acervos públicos e privados de todo o Brasil e do exterior.