Desde 2004, janeiro é o Mês da Visibilidade Trans. Isso porque, no dia 29 de janeiro daquele ano, um ato em Brasília marcava a luta do movimento contra a transfobia.
Sendo o Brasil um dos países com mais casos fatais por transfobia, é importante darmos voz a quem encara essa realidade de frente. Trazendo o foco mais para perto de nós, separamos personalidades transvestigêneres que você precisa conhecer.
No Mês da Visibilidade Trans, conheça personalidades trans que (r)existem
Lariel Neres
Lariel Neres é uma travesti, negra e pansexual, também conhecida como Shock Vogue (ou melhor amiga desta que vos escreve), nasceu e cresceu no Parque Edu Chaves, periferia da Zona Norte. Primeira da família a entrar em uma universidade pública, cursou química e foi durante o período que começou sua transição. Atualmente é pesquisadora e multiartista.
Em seu perfil nas redes sociais, compartilha o trabalho como artista de vogue, DJ, modelo, performer e professora de voguing que faz em paralelo com o trabalho de pesquisadora no doutorado em biotecnologia na UNESP – Instituto de Química em Araraquara.
Laerte
Laerte Coutinho, ou apenas Laerte, é uma das cartunistas e chargistas mais importantes e influentes no Brasil. Nascida em São Paulo, em 1951, é autora de diversos HQ’s famosos, como “Piratas do Tietê”.
Em seu trabalho, faz críticas pontuais sobre a vida contemporânea, sempre com um toque de humor. Além disso, em 2012, fundou a Associação Brasileira de Transgêneros (Abrat), inovando e promovendo conversa e debate em torno do tema da transgeneridade.
Erica Hilton
Erica fez história ao se tornar a primeira mulher trans eleita como vereadora em São Paulo. Com mais de 50 mil votos, foi ainda a mulher mais votada em todo o país.
Na bagagem, a paulistana traz anos de luta pelos direitos da população negra e contra a discriminação da comunidade LGBTQIAP+.
Thamy Miranda
Nascido em São Paulo, o filho de Gretchen é um das grandes personalidades trans do país. Em 2014, se assumiu transexual e começou o processo de transição sempre acompanhado pela mídia. Desde 2020, é vereador de São Paulo e levanta bandeiras do movimento LGBTQIAP+.
Digg Franco
Rodrigo Franco é empreendedor, articulador político-cultural, design gráfico, historiador, crítico e curador de arte em São Paulo.
Em 2018, fundou a Casa Chama, ONG que trabalha com a promoção dos direitos da população Transvestigênere, da qual é presidente.
PAMKA
Dupla de boycetas formada pelos MC’s Flóki e Mlk de Mel. Ocupando a cena underground desde 2018, transitam por diversos espaços culturais e estilos musicais especialmente o rap e o funk.
Linn da Quebrada
A cantora e atriz Linn da Quebrada é uma das artistas transexuais de maior evidência no cenário nacional. Seu álbum “Pajubá”, de 2017, tem letras que exalam empoderamento.
Em 2019, apareceu como a estudante Natasha na série “Segunda Chamada”, da Rede Globo, e protagonizou o documentário “Bixa Travesty”.
Julia Katharine
Com o curta-metragem “Tea for Two”, em 2019, se tornou a primeira cineasta transexual brasileira a entrar no circuito comercial como diretora de um filme. Ao jornal O Globo, disse que trabalha para ser “impulso para outras pessoas trans”.
Menção honrosa: Liniker
Apesar de não ser paulistana, é impossível não mencionar. Nascida em Araraquara, no interior de São Paulo, Liniker é mulher trans e uma das vozes mais singulares da atual MPB.
Tem dois álbuns ao lado da banda Liniker e os Caramelows, da qual fez parte até 2020. Em suas aparições na mídia, não deixa de compartilhar sua história de superação como forma de inspiração a outras pessoas trans.