Localizado no bairro da Barra Funda, o Largo da Banana deixou de existir em meados da década de 1950. Isso porque, foi construído um viaduto sobre a linha férrea que, hoje, divide o bairro e o antigo Largo.
Como conta a coluna Ladeira da Memória, da prefeitura de São Paulo, os antigos escravos que aportaram na cidade de São Paulo entre o fim do século 19 e início do 20 criaram no Largo da Banana um espaço de lazer com rodas de samba – gênero advindo das senzalas das fazendas de café do interior do estado.
Os cordões
Em 1914, seria fundado por Dionísio Barbosa, nas imediações do Largo, o primeiro cordão paulistano, o Grupo Carnavalesco Barra Funda. O nome “cordão” não vem de corda, mas pelo grupo de foliões conduzidos por um mestre e obedeciam a um apito de comando.
No começo do século passado, a população mais pobre da cidade concentrava-se em bairros próximos ao centro, como era o caso da Barra Funda. E como a renda dos operários era pouca, muitos passaram a comercializar frutas, principalmente banana, como forma de complementar os seus ganhos. Foi assim que o então conhecido Largo da Banana surgiu.
Na coluna Ladeira da Memória, descobrimos que:
O samba tocado no Largo da Banana era uma mistura de gêneros herdados do interior – nas palavras de Mário de Andrade, o “samba rural paulista” – e outros urbanos. Os ritmos africanos como o jongo e a umbigada, característicos dos rituais de cunho religioso realizados ao som de batuques e tambores nas fazendas de café, mesclaram-se aos instrumentos de corda do choro tocado na capital, dando origem ao samba paulistano – duro, forte, batucado, sem o lirismo e a cadência característicos do samba do Rio de Janeiro, como definiu o escritor e teatrólogo Plínio Marcos.
O Grupo Carnavalesco Barra Funda e outros cordões daquela época desfilavam em procissão durante os dias de carnaval. Apesar deste grupo ter desaparecido, dois cordões da época transformaram-se em escolas de samba: Camisa Verde e Branco e Vai-vai, do bairro da Bela Vista.
A tradição dos cordões perdeu força com a ascensão de novas formas de festejo. Por exemplo, os desfiles realizados pelas escolas de samba e os blocos de Carnaval.
Apesar disso, o samba paulistano do Largo da Banana espalhou-se pela cidade. É o caso das escolas de samba, que ainda hoje utilizam de uma espécie de “cordão” nos desfiles realizados no Sambódromo do Anhembi.