Uma experiência envolvente e reflexiva, por meio das lentes da memória e da identidade. Esse é o contexto da peça ‘Ávida – Alguns Instantes com a Mulher Mais Velha do Mundo’. O espetáculo, que estreia nesta quinta, dia 7, fica em cartaz até o dia 30 no Auditório do Sesc Pinheiros (R. Pais Leme, 195), com apresentações de quinta a sábado, às 20h.
Os ingressos custam a partir de R$ 10 e estão disponíveis pelo site do Sesc. Haverá sessões com interpretação em LIBRAS. Confira!
Fique por dentro de ‘Ávida – Alguns Instantes com a Mulher Mais Velha do Mundo’
Sob direção de Gonzaga Pedrosa, a obra conta a história de Ávida, mulher inquieta que luta pela preservação de suas lembranças e pela manutenção de sua identidade. Baseada em uma dramaturgia inédita de Ed Anderson, a trama traz Lucélia Machiavelli no papel principal e se desenvolve entre momentos transcendentais e cotidianos da personagem, abordando temas como feminilidade e finitude.
Segundo o autor, o enredo teve como inspiração as fotos e histórias da francesa Jeanne Louise Calment, que viveu 122 anos. Eles foram “o ponto de partida desafiador para a escrita, aliadas ao carisma e à vitalidade inspiradores de Lucélia durante os momentos de leituras”, explica.
Sua narrativa fragmentada e poética busca questionar valores e promover a inquietação, sem necessariamente oferecer respostas definitivas. Com poucos elementos cênicos, a encenação valoriza a simplicidade, focando na palavra e no gestual para transmitir sua mensagem ao público.
De acordo com o diretor Gonzaga Pedrosa, os temas que a peça toca são fundamentais para pessoas de todas as idades:
São questões com as quais nos deparamos ao longo da vida. Idade, identidade, individualidade, memória, esquecimento, sociabilização. Metaforicamente, são tomados como pedras que guardam uma experiência, uma experiência fragmentada, ora lisa, ora pontiaguda, por vezes deslocada e solitária, outras tantas, em meio a uma multidão. Se o espectador se voltar para dentro de si, para sua própria vida, seu próprio destino e criar narrativas para serem compartilhadas, tanto melhor“, diz.
A composição de cenário e da trilha sonora contribuem para criar uma atmosfera envolvente da peça. Segundo Pedrosa, a construção do espetáculo se deu em conjunto com pesquisas musicais, de pinturas e fotografias. São “muitas pedras, aterramentos, desconstruções e novas construções de um corpo velho, ressignificado em novas vozes e formas de dizer”, conta.