
Cidade chegou a ter 160 km de trilhos na década de 1930; conheça a história do transporte.
Durante a última década do século XIX, a cidade de São Paulo passou por uma intensa ampliação da área urbana e o crescimento populacional. Com as mudanças, surgiu a demanda dos transportes coletivos que otimizassem o deslocamento da população pela cidade. Até então, o transporte era feito através dos bondes à tração animal. Assim, em 1899, investidores canadenses fundaram a famosa Light e começaram a implantação dos bondes elétricos em São Paulo.
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A primeira linha de bonde, Barra Funda – Largo de São Bento, foi inaugurada em 7 de maio de 1900. Como conta a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), a viagem inaugural passou pelo Largo São Bento e ruas Líbero Badaró, São João, Seminário, Santa Ifigênia, General Osório e Alameda Barão de Limeira.
Na década de 1920, o bonde se tornou o principal meio de transporte da cidade, mas o número de passageiros não se equiparava ao número de carros oferecidos. A partir daí, o crescimento deu-se em escala geométrica; de acordo com os dados da prefeitura, São Paulo chegou a 160 km de trilhos na década de 1930 (mais do que o Metrô possui hoje em dia).
A Light permaneceu responsável pelo serviço de bondes até 1947, quando o serviço de viação urbana foi assumido pela recém-criada Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC). Nessa altura, os bondes passaram a ter os ônibus e os trólebus como concorrentes.
Foram feitas algumas tentativas de recuperação dos bondes, mas a partir da década de 1960 foi iniciada a sistemática extinção das linhas de bondes elétricos na capital.
Em 27 de março de 1968, o bonde número 1543 partiu da estação da Vila Mariana com direção a Santo Amaro, ornamentado com flores, guirlandas e bandeiras, constituindo a última viagem de bonde elétrico da Capital. Das metrópoles brasileiras, São Paulo foi a que mais tempo manteve o bonde em suas ruas.
Por que bonde?
A palavra vem do bilhete que se comprava desde a época dos bondes à tração animal. Como eram impressos nos Estados Unidos, havia quem os chamasse de bond. A palavra pegou e o modelo de automóvel ficou conhecido assim.
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Foto de capa: Acervo Fundação Energia e Saneamento