Depois do sucesso no Rio de Janeiro em 2023, o espetáculo ‘Azira’i ‘chega a São Paulo para uma temporada no Sesc Ipiranga. Assim, o musical fica em cartaz até o dia 31 de março e traz as memórias e vivências da atriz Zahy Tentehar com sua mãe, a primeira mulher pajé de sua reserva indígena. Saiba mais!
Espetáculo traz vivências autobiográficas entre mãe e filha
O solo autobiográfico trata da relação entre Zahy e sua mãe, Azira’i, que foi a primeira mulher pajé da reserva indígena de Cana Brava, no Maranhão, onde ambas nasceram. Como pajé suprema, ela usava três ferramentas tecnológicas para curar: as plantas, a mão e o canto. Ao gerar e criar a filha nesta mesma aldeia, deixou para ela seu legado espiritual.
Assim, nesse musical, é interessante ver como a relação entre essas duas mulheres se desenvolve ao longo do espetáculo, como analisa a atriz Zahy Tentehar:
Sou a filha caçula da minha mãe. A nossa relação, como muitas de nossos brasis, foi diversa: cheia de semelhanças e diferenças, com muitos afetos e composições importantes para nossa trajetória. […] Quando pensei em trazê-la ao teatro, não foi para falar apenas dos meus sentimentos, foi para dialogarmos com nossos reflexos enquanto sujeitos coletivos
Azira’i foi indicado a vários prêmios durante temporada no Rio
O musical de memórias chegou em São Paulo este mês, para uma temporada no Sesc Ipiranga. Mas, desde que estreou no Rio de Janeiro em 2023, o espetáculo Azira’i já recebeu muitas indicações.
O trabalho, com direção de Denise Stutz e Duda Rios e produção da Sarau Cultura Brasileira, recebeu indicação ao Prêmio Shell 2023 em quatro categorias: atriz, dramaturgia, cenário e iluminação. Além disso, o musical também recebeu indicações no Prêmio APTR nas categorias espetáculo, direção, iluminação e jovem talento – atriz.
Peça fica em cartaz no Sesc Ipiranga até fim de março
A peça ‘Azira’i’ também nasce do desejo que Zahy tinha de contar suas histórias – e de várias outras pessoas. Além disso, ela ajuda a desmistificar a visão romantizada dos povos indígenas.
Uma história que é minha, mas também é a verdade de muitos brasis. É muito libertador poder falar do ser indígena de uma forma mais humanizada, sem estereótipos ou políticas. Quero poder contar a história de uma pessoa, como outras, que saiu de sua reserva, foi para a cidade, aprendeu uma outra língua e teve uma relação intensa com a mãe
A peça está em cartaz no Sesc Ipiranga, com apresentações às sextas, sábados e domingos, até o dia 31 de março. Não perca!