Em posição de ataque, as cobras “estão prontas para dar um bote em Pedro Álvares Cabral”, diz o artista Jaider Esbell, referindo-se à escultura de Cabral localizada na outra margem do lago.
Desde o último sábado, dia 4, o lago do Parque Ibirapuera ganhou novos residentes. Duas serpentes infláveis de 24 metros de altura flutuam no lago como parte da 34ª Bienal de São Paulo. Chamada “Entidades”, a obra representa o ser fantástico Îkîimî, que atravessa vários mundos e que não tem começo e nem fim.
Pertencente ao povo Macuxi, Jaider Esbell nasceu na área demarcada como Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e é um dos grandes nome da arte indígena contemporânea.
Convido as culturas originárias que já perderam sua língua ou tiveram sua conexão perturbada pela colonização a redescobrir o seu próprio idioma. O Brasil não foi descoberto, ele foi invadido e continua sendo saqueado. Nós, povos indígenas, nos defendemos de todas as formas, e agora chegamos no campo da arte com argumentos elaborados para tratar destas questões.
Assim como tantos outros eventos, em 2020 a Bienal de São Paulo teve de ser cancelada devido à pandemia de Covid-19. Após a pausa, a 34ª edição do evento iniciou neste sábado, dia 4, e o tema deste ano é “Faz escuro mas eu canto”, verso de um poema de Thiago de Mello, preso e exilado durante a ditadura militar.
A Bienal de São Paulo pode ser visitada até 5 de dezembro de 2021, com entrada gratuita e o acesso depende do comprovativo de vacinação contra Covid. Além disso, a organização reforça que o uso de máscara é obrigatório em todo o parque.
Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo – Parque Ibirapuera, Portão 3