Pode até parecer brincadeira, mas caso é real (e um tanto quanto justificável).
Você imaginaria eleger um rinoceronte ao cargo de vereador? A história pode parecer um tanto quanto absurda, mas aconteceu aqui em São Paulo em 1959, fruto de uma população extremamente desgostosa com o cenário político da época.
Nasce uma estrela
O animal, uma fêmea, se chamava Cacareco e havia nascido no Rio de Janeiro, em 1954. Posteriormente, em 1958, veio para São Paulo participar da inauguração do zoológico da cidade, se tornando a espécie mais procurada por quem estava na cerimônia e bastante popular entre os paulistanos que acompanharam a cobertura do evento por jornais, rádio e televisão.
Rumo à Câmara
A incursão do rinoceronte na política veio em 1959, quando o jornalista Itaboraí Martins, do jornal “O Estado de S. Paulo”, começou a disseminar a ideia de votar no animal para um assento na Câmara. Tal atitude foi motivada pelo descontentamento que boa parte dos paulistanos tinha com os políticos elegíveis da época.
Eventualmente, a população acabou aderindo à campanha: houve panfletagem e até mesmo um jingle para alavancar a carreira política de Cacareco, que acabou eleito.
No total, estima-se que o rinoceronte tenha recebido 100 mil votos na eleição, mais que qualquer um dos 450 candidatos às cadeiras de vereador. Contudo, o Tribunal Regional Eleitoral, claro, classificou os votos como nulos.
Pós-eleição
Após uma tentativa mal sucedida de compra por parte do Governo de São Paulo, Cacareco acabou voltando para o Rio de Janeiro poucos dias antes da eleição paulista.
O animal ficou por lá até morrer em 1962, aos oito anos de idade. Após isso, acabou voltando para São Paulo: atualmente, seu esqueleto faz parte do acervo do Museu de Anatomia da USP.