
Antigamente, uma das penitenciárias mais conhecidas de São Paulo hoje se tornou um dos parques mais conhecidos da capital.
Quem visita o Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo, pode até se esquecer que naquele espaço um dia existiu um dos maiores complexos penitenciários do país, o Carandiru.
Construído no lugar da antiga Casa de Detenção de São Paulo, popularmente conhecida como Carandiru, o parque foi inaugurado em 2003. E é a prova de que é possível ressignificar lugares marcados por violência. Hoje, é um dos locais mais frequentados da zona norte da capital. Conta com um complexo esportivo, cultural e recreativo de 240 mil m².

O espaço foi dividido em três áreas:
Parque Esportivo
Primeira área a ser construída, que abriga as quadras (oito poliesportivas e duas de tênis), as pistas de skate e patins e a pista de cooper. Além disso, há áreas de descanso, vestiários, e aulas gratuitas de diversos esportes.
Parque Central
95 mil m² de área verde, incluindo jardins, alamedas, bosques e uma pequena área preservada de Mata Atlântica. Ainda possui passarelas, conservadas do antigo presídio, para conhecer melhor a área, oferece modalidades esportivas, como o arvorismo, e permite a entrada de animais de estimação.
Parque Institucional
Aqui, localiza-se o prédio da Escola Técnica Estadual (ETEC), um posto do Acessa SP, onde o púbico pode, gratuitamente, acessar a internet em mais de cem computadores e assistir a cursos e oficinas e a Biblioteca de São Paulo, espaço de quatro mil m² e dois andares, com mais de 30 mil livros.

Memória
As ruínas e estruturas do antigo pavilhão foram preservadas, e por meio da instalação de decks, criou-se a ligação entre áreas. Assim, o visitante pode caminhar pelo espaço onde antigamente existia o presídio.
Segundo estudo do Arch Daily, os antigos muros e passarela de vigia, que obstruíam a paisagem, foram mantidos como marca histórica. Contudo, assim como em muitos de seus projetos, a arquiteta paisagista responsável pelo projeto do Parque da Juventude trouxe novo simbolismo.
Ao transformar o antigo observatório em área caminhável, acessada por estruturas metálicas que dispões de escadas, a arquiteta leva o visitante numa exploração da própria história daquele local. Além de permitir a ampla visão da nova paisagem e do outro lado, do córrego Carajás.

Cultura e lazer
O parque também apresenta uma extensa agenda cultural. Ali, acontecem shows e festivais com grandes artistas nacionais dos mais diversos estilos e ritmos. O espaço também é palco para eventos de diversas temáticas, como encontros religiosos, mostras de arte, apresentações teatrais e circenses, entre muitos outros.
Localizado ao lado da estação Carandiru do metrô (Linha azul), o parque possui fácil acesso através de transporte público – seja a partir de ônibus ou mêtro. E aos domingos e feriados, faz parte da Ciclofaixa de lazer da Zona Norte.
Foto de capa: @Nelson Kon/galeriadaarquitetura