
O mundo católico está em luto com a morte do Papa Francisco nesta segunda, dia 21. Com isso, a Igreja entra no período de Sede Vacante, quando os preparativos para o conclave — reunião dos cardeais para a escolha do novo papa — se iniciam oficialmente. E desta vez, o próximo papa pode ser brasileiro — e mais especificamente, de São Paulo.
É possível termos um papa brasileiro? Cardeais cotados para suceder Francisco
Entre os 138 cardeais com menos de 80 anos aptos a votar e serem eleitos papa, sete são brasileiros. Além disso, há mais um que entra na eleição, apesar de não poder votar.
Destes, dois têm ligação direta com São Paulo e figuram entre os favoritos ao cargo:
Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo da Arquidiocese de São Paulo
Com doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Scherer é uma figura de destaque internacional.
Tornou-se arcebispo de São Paulo em 2007 e foi nomeado cardeal por Bento XVI no mesmo ano.
Além disso, participou do conclave que elegeu Francisco, em 2013, e é um dos nomes mais cotados do Brasil para suceder o Papa.
Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida (SP)
Embora não possa votar por já ter 88 anos, Damasceno pode ser eleito papa.
Nomeado cardeal em 2010, foi presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) entre 2011 e 2015 e, por isso, é uma figura respeitada em todo o mundo católico.
Por conta de sua ligação com o Santuário de Aparecida e seu histórico conciliador o tornam uma presença simbólica neste processo.
Além dos dois paulistas, o Brasil conta com outros seis cardeais aptos a participar do conclave:
- João Braz de Aviz – Arcebispo emérito de Brasília e ex-prefeito da Congregação para a Vida Consagrada no Vaticano.
- Orani João Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Instituto Jornada Mundial da Juventude.
- Sérgio da Rocha – Arcebispo de Salvador, já presidiu a CNBB e atua em importantes comissões do Vaticano.
- Paulo Cezar Costa – Arcebispo de Brasília, reconhecido por seu trabalho acadêmico e atuação pastoral.
- Leonardo Ulrich Steiner – Arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Indigenista Missionário.
- Jaime Spengler – Arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB e do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano).
Como funciona a escolha do novo papa
O processo de eleição papal acontece em um conclave fechado na Capela Sistina, com a participação apenas dos cardeais eleitores.
Antes do início das votações, todos os cardeais participam de uma missa especial na Basílica de São Pedro.
Depois, durante o conclave, permanecem completamente isolados, sem acesso à comunicação externa.
Porém, a escolha do nome depende de dois terços dos votos, o que faz com que diversas sessões possam acontecer até que haja consenso.
Por fim, a tradicional fumaça branca sinaliza ao mundo que “Habemus Papam” — temos um novo papa.
São Paulo no centro da fé mundial?
No caso de eleição de Odilo Scherer ou outro dos cardeais brasileiros, essa será a primeira vez que teremos um papa brasileiro — e, quem sabe, um papa de São Paulo.
Ou seja, o momento é histórico e marca uma rara oportunidade de ver a maior cidade do Brasil se tornar, mesmo que simbolicamente, o centro espiritual do mundo católico.