Nesta quarta, dia 19, celebra-se o Dia dos Povos Indígenas e, por isso, o convite é para conferir a exposição ‘Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação’. Em cartaz até 23 de abril, no Museu da Língua Portuguesa, a mostra é um verdadeiro mergulho nas línguas faladas pelos povos indígenas e as transformações decorrentes da invasão colonial.
E isso começa logo no próprio nome da exposição que vem da língua Guarani Mbya. Por isso foram escolhidas as palavras: nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom.
Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana na terra.
A mostra
Com curadoria da artista, ativista, educadora e comunicadora indígena Daiara Tukano a exposição tem uma lógica circular. Ou seja, não importa onde é o começo ou o fim.
Atravessando todo o espaço, o visitante encontrará um rio de palavras grafadas em diversas línguas indígenas. Este rio conecta cada uma das salas em um ciclo contínuo.
Por exemplo, em um dos possíveis pontos de partida, o visitante se depara com uma floresta de línguas indígenas. Nessa floresta, o público poderá conhecer a sonoridade de várias delas.
A seguir, é possível desmembrar o o processo colonial que se autodeclara “civilizatório”. Neste ambiente, explora-se a resiliência, a riqueza e a multiplicidade das formas de expressão dos povos indígenas.
Ao acompanhar o percurso do rio, os visitantes alcançam um ambiente noturno, com uma atmosfera onírica introspectiva. Aqui, é possível ter contato com a força presente nos cantos de mestres e mestras das belas palavras.
O rio que percorria o chão da exposição, agora sobe a parede como uma grande cobra até se transformar em nuvens de palavras.
Os ingressos estão à venda através do site oficial do Museu da Língua Portuguesa e custam a partir de R$ 10 (meia entrada). Aos sábados, a entrada é gratuita.
Onde: Praça da Luz s/n – Luz