Obra escrita em 1781 narra história de amor e sofrimento.
Tatuapé, Sapopemba, Anhangabaú, Aricanduva, Cambuci… São Paulo está cheio de bairros e distritos batizados com palavras de origens indígenas. Isso acontece também com Moema, cujo nome remete a uma personagem do clássico poema “Caramuru”, escrito em 1781 por Santa Rita Durão.
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O poema
Na obra, Moema é uma índia tupinambá que vive em uma aldeia onde hoje é a Bahia, em época próxima à chegada dos primeiros portugueses ao Brasil. A personagem está sempre acompanhada de sua irmã, Paraguaçu.
Certo dia, as duas conhecem um português chamado Diogo Álvares Correia, a quem elas dão o apelido Caramuru. O jovem se apaixona e se casa com Paraguaçu, ao mesmo tempo que mantém relações sexuais também com a cunhada.
Moema acaba se apaixonando pelo marido da irmã, e eles acabam vivendo um triângulo amoroso por anos. Porém, depois de muito negociar pau-brasil, Diogo e Paraguaçu decidem se mudar para a França.
Ao ver o navio partir com sua irmã e o amor da sua vida, Moema e outras índias tentam seguir a embarcação, e ela acaba por morrer afogada.
Amor de mentira
A trágica história, por sua vez, utiliza o tupi antigo para nomear a mocinha: mo’ema significa “mentira”, uma alusão ao amor falso que Moema, a amante, recebia de Caramuru. Enquanto isso, o sentimento verdadeiro era depositado por completo em Paraguaçu, a verdadeira esposa.