As obras são agrupadas em torno dos principais temas da artista, como botânica e arquitetura.
Nesta semana, o Masp inaugurou a nova exposição ‘Gertrudes Altschul: Filigrana’, que apresenta o trabalho da fotógrafa que foi uma pioneira na fotografia modernista brasileira. A exposição apresenta 62 fotografias vintages (as primeiras ampliações fotográficas feitas pela autora, logo após a revelação do negativo). As obras são agrupadas em torno dos principais temas da artista: botânica, arquitetura e naturezas-mortas.
A exposição acontece até 30 de janeiro e os ingressos podem ser adquiridos através do site oficial do Masp. Lembrando que às terças a entrada no museu é gratuita!
Sobre a artista
De origem judaica, Altschul migrou para o Brasil em 1939 de sua cidade natal, Berlim, com o marido, Leon Altschul (1890-1975), fugindo do regime nazista. Radicou-se em São Paulo, onde dividiu seu tempo entre a fotografia e a produção de flores para chapéus em uma fábrica administrada pelo casal.
Embora ela seja bastante admirada no meio fotográfico no país, sua obra ainda é conhecida apenas em círculos especializados, tendo sido escassamente publicada e exibida — algo que esta mostra, a primeira em um museu, e seu catálogo pretendem modificar.
No final da década de 1940, aproximou-se do famoso Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB) em São Paulo, grupo que reunia fotógrafos alinhados com o movimento conhecido como Escola Paulista, pilar da fotografia moderna no Brasil. Após começar a frequentar as reuniões do FCCB e a enviar suas fotografias para a avaliação dos membros, foi aceita em 1952 como associada, tendo sido uma das poucas mulheres do grupo.
A produção fotográfica de Altschul esteve em sintonia com a linguagem da fotografia moderna brasileira, que buscava romper com os princípios clássicos da composição por meio de construções geometrizadas, tanto abstratas quanto figurativas, e de experimentações com luz, sombras, linhas, ritmos, planos e processos de revelação e de ampliação.