Até o dia 10 de janeiro, a instalação acontece no Farol Santander.
A mostra da artista Flávia Junqueira ocupa o 24º e o hall de entrada do Farol Santander até o dia 10 de janeiro. De terça a domingo, é possível conferir a instalação lúdica e imersiva que criam ambientes onde o público interage com a obra.
A exposição apresenta, de forma muito divertida, um universo lúdico e festivo da infância. Com duas instalações inéditas, uma no hall com balões de vidro suspensos mostrando a leveza das obras da artista. Enquanto a outra no 24º andar, com uma instalação interativa do Parque de Diversão Invertido – que brinca com balões, cores, luzes e muito mais! Além dos cavalos de carrossel, as paredes espelhadas refletem todo os balões espalhados pelo ambiente, criando uma atmosfera lúdica e imersiva.
Opinião do curador, Paulo Herkenhoff
Flavia Junqueira eleva nosso olhar para encontrarmos balões flutuantes ou revoadas de formas e cores no Farol Santander. Sua monografia de mestrado O pequeno manual da fotografia encenada e a experiência em cenografia com J. C. Serroni sustentam seu conceito de “fotografia encenada”. Suas ingênuas bexigas de encher povoam seu Brasil de Norte a Sul. Inserem conotações políticas, filosóficas, linguísticas e psicológicas. Eles fogem da casa para prédios tombados e espaços públicos. Cada balão é um ato pictórico que introduz cor, sentidos e significações. Balões verdes no Minhocão em São Paulo clamam por ecologia; espalhados pelo chão numa sala abandonada, os balões aludem à decadência econômica e à melancolia diante da avassaladora passagem do tempo, murchos lembram a morte, a efemeridade da vida. No Teatro da Paz ou no Teatro Amazonas, pontuam a suntuosidade na miséria e a disputam entre Belém e Manaus pela hegemonia na Amazônia no período áureo da borracha, fenômeno que Freud denominou “narcisismo das pequenas diferenças” como sintoma do mal-estar da civilização.
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Foto de capa: Divulgação/Farol Santander