A partir de 16 de dezembro, São Paulo recebe a exposição ‘Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira’, que exalta artistas pretos e suas obras. Será uma mostra inédita, reunindo uma coletânea com trabalhos de mais de sessenta artistas dos dois últimos séculos, de diferentes regiões do Brasil.
Você poderá visitá-la no CCBB SP (Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico), até o dia 18 de março de 2024. A entrada é gratuita. Fique por dentro a seguir!
‘Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira’
A mostra conta com aproximadamente 150 pinturas, fotografias, esculturas, vídeos e instalações. Além de documentos abordando uma variedade de temáticas, técnicas e descritivos, ocupando os cinco andares do CCBB.
Como explica o curador Deri Andrade, que também é pesquisador, jornalista e curador assistente no Instituto Inhotim, a mostra nasceu do Projeto Afro, uma plataforma de mapeamento e difusão de artistas negros da cultura afro-brasileira:
A exposição é um desdobramento do Projeto Afro, em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de trezentos artistas catalogados na plataforma.
São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000.
A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial, e a exposição traz outra referência e um novo olhar da arte nacional aos visitantes”.
O trabalho de pesquisa por trás do projeto e da exposição nasceu do desejo e, na sequência, da frustração de Andrade ao não encontrar muitas referências em torno da arte afrobrasileira no Brasil.
Ao se debruçar em publicações, materiais de outras exposições e inúmeras pesquisas para o mapeamento de artistas negros e suas obras pelo Brasil, Deri Andrade iniciou um minucioso projeto de catalogação de uma arte que, por vezes, foi marginalizada pela sociedade.
Sobre a exposição
Cinco eixos, cinco artistas. Assim foi desenhada a exposição ‘Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira’ que, a partir de cinco nomes centrais, revela diferentes épocas e discussões, contextos, gerações e regiões.
De grande abrangência, a mostra percorre do período pré-moderno à contemporaneidade e discute eixos temáticos em torno de artistas negros emblemáticos. São eles Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 1882-1922), Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Maria Auxiliadora (Campo Belo, MG, 1935 – São Paulo, SP, 1974), Mestre Didi (Salvador, BA, 1917- 2013) e Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922- São Paulo, SP, 1991).
Cada um dos nomes acima lidera, respectivamente, um eixo. Respectivamente: Tornar-se, Linguagens, Cosmovisão (sobre engajamento político e direitos), Orum (sobre as relações espirituais entre o céu e a terra, a partir do fluxo entre Brasil e África) e Cotidianos (discussão sobre representatividade).