Como uma trama envolvendo o poder do dinheiro, a peça ‘A Milionária’ — escrita pelo dramaturgo irlandês Bernard Shaw — chega aos palcos paulistanos para sua última temporada na cidade. Com direção de Thiago Ledier, o espetáculo trata de temas atuais como a concentração de renda e, ao mesmo tempo, a luta pela sobrevivência dos trabalhadores.
A peça fica em cartaz até 11 de fevereiro, no Teatro Ruth Escobar (Rua dos Ingleses – Bela Vista). As sessões ocorrem sempre às sextas e sábados, às 21h; e domingos às 19h. Os ingressos custam a partir de R$ 40 (meia-entrada) e estão disponíveis pelo site do teatro. Saiba mais a seguir!
‘A Milionária’: conheça a sinopse
A peça começa com Epifânia, uma das mulheres mais ricas da Europa, reunindo-se com seu advogado para discutir a possibilidade de seu provável suicídio. Ela pretende deixar toda a sua fortuna para seu marido que, apesar de infiel, é bastante habilidoso com o dinheiro.
Logo de início, seu casamento fora um desafio. Isso porque seu finado pai impôs uma condição: para se casar com ela, o marido deveria receber uma quantia inicial razoável e transformá-la em uma fortuna. Seu marido vence o desafio, e apesar disso, Epifânia desinteressa-se por ele.
Certo dia, ela encontra um médico egípcio e muçulmano, de origem humilde, por quem se apaixona. No entanto, a mãe do doutor também impôs uma condição à mulher que desejasse se casar com ele: a pretendente deveria sobreviver unicamente através do seu trabalho durante seis meses, e só assim seria merecedora do filho.
Epifânia aceita o desafio. A partir daí, a moça começa um movimento irresistível de desvendar o modo de agir e pensar de sua classe social.
A produção
Com montagem do Círculo de Atores, a peça já foi vista por um público de mais de 11 mil pessoas. Além disso, rendeu o prêmio Shell de melhor atriz principal para a protagonista, Chris Couto.
Através de diálogos surpreendentes, o Bernard Shaw vasculha o modo de pensar de boa parte dos poucos bilionários que concentram a maior fatia da riqueza mundial. Reforçando seu estilo dialético, o autor convida o espectador a pensar, o tempo todo, sobre os múltiplos pontos de vista expostos no palco.
Shaw levou quatro anos para escrever o texto, finalizando o trabalho aos quase 80 anos de idade, em 1936.