Na última terça, dia 23, o governo paulista finalizou a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A partir de agora, a empresa tem como administradora a Equatorial, que atua nos ramos de energia e saneamento em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A Sabesp é a maior empresa de saneamento do Brasil, e em 2005 recebeu o título de 6ª maior do mundo. Atualmente, estima-se que ela atenda mais de 28 milhões de pessoas em todo o estado de São Paulo. Entenda o que muda com a privatização a seguir:
Privatização da Sabesp gera transação de R$ 14,8 bilhões
Até então, a Sabesp era uma empresa pública com capital misto, ou seja, tinha colaboração do Estado e entidades privadas. O governo paulista detinha 50,5% das ações, sendo a investidora principal e administradora da Sabesp. O restante estava em bolsas de valores.
Nesta semana, porém, o governo vendeu 32% de suas ações. Destas, 15% foram para a Equatorial e o restante para bancos ou fundos de investimento. Com a transação, o Estado detém hoje 18% das ações e não cuida mais da administração da Sabesp. Essa parte vai para a Equatorial, que é também a nova acionista de referência.
Cada ação foi vendida a R$ 67, e atualmente, estão sendo negociadas a R$ 87. No entanto, um estudo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) afirma que este valor é subestimado, e que ações da concessionária estão por volta de R$ 100. Dessa forma, o sindicato afirma que a venda teria levado o governo de São Paulo, na verdade, ao prejuízo.
Desestatização diminuirá contas do consumidor, afirma governo
Segundo o governo, a privatização da Sabesp permitirá a redução nas tarifas para a população e facilitará a meta de universalização do serviço, ou seja, levar saneamento básico a todos os cidadãos do estado.
Isso porque a venda rendeu R$ 14,8 bilhões para o governo paulista. Segundo o governo, desse valor, R$ 4 bilhões irão para um fundo de garantia do consumidor, que subsidiará as contas pagas pela população. Inicialmente, a redução será de 10% pessoas para até meio salário mínimo e inscrição no CadÚnico, 1% para domicílios e 0,5% para indústria e comércio.
Já a universalização pretende levar água potável para até 99% da população, e sistema de esgoto para 90%, até 2029. Para tal, se criará também o Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento Básico no Estado de São Paulo, que levará 30% do valor arrecadado pela desestatização.