No dia 7 de setembro, o Memorial da Resistência de São Paulo inaugura duas mostras gratuitas para o público. Visando explorar, educar e preservar a memória, as exposições de ditaduras no Brasil e Argentina trazem recortes históricos sobre os períodos em duas partes do continente latino americano.
Assim, você poderá conferir o processo de luta e resistência em ambos os países, enquanto mergulha em registros documentais que retratam os absurdos da época. As exposições exaltam a importância da defesa dos direitos humanos e como sua ausência para um impacta no coletivo.
‘Uma Vertigem Visionária — Brasil: Nunca Mais’
Mais de 1 milhão de páginas de 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), datados na Ditadura Militar Brasileira, exploram a repressão e a violência do estado contra seu povo, principalmente as minorias e população vulnerável.
O conteúdo apresenta testemunhos de advogados, jornalistas e defensores de direitos humanos. Além disso, ao se aprofundar nos processos judiciais apresentados, é possível conferir os relatos de torturas das vítimas.
Uma curiosidade é que o Memorial da Resistência de São Paulo está localizado no mesmo prédio onde operou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops/SP), conhecido por ser um centro de repressão e tortura do período ditatorial. Atualmente, o espaço foi ressignificado e preserva a memória de tempos tão sombrios.
As exposições de ditaduras no Brasil e Argentina pode ser difícil de digerir, mas o resgate desta memória é essencial para que ela não se repita.
‘Memória argentina para o mundo: o Centro Clandestino ESMA’
Se no Brasil tivemos o Deops/SP e outras instituições que torturavam presos políticos durante a ditadura, na Argentina, o modelo de repressão não foi diferente. Esta exposição retrata os horrores que ocorreram na Escola Superior de Mecânica da Armada (ESMA). Entre 1976 e 1983, o espaço operou como o maior centro clandestino de detenção, tortura e extermínio argentino.
Nela você confere a história do edifício, fotografias documentais, vídeos e depoimentos. Além disso, há um recorte destinado às mulheres presas políticas da época, revelando a violência de gênero dentro da violência dos direitos humanos. Temas como solidariedade entre as detidas e a gravidez no ESMA são retratados na mostra.