Uma cratera em Cubatão com dimensões alarmantes tem tirado o sono dos moradores da região, principalmente os pescadores. Eles afirmam que a população de peixes ficou muito mais escassa após a obra realizada pela Usiminas, VLI e Ultrafértil.
Não só a economia pesqueira está em jogo com a obra, mas estima-se que danos ambientais também estejam atrelados à cava subaquática. Entenda o caso.
Origem da cratera em Cubatão
De acordo com a reportagem do G1, em 2017, a obra subaquática foi construída entre Santos em Cubatão para receber sedimentos como areia, lodo, lixo e materiais contaminados. Esse centro de despejo é resultado da limpeza do Canal de Piaçaguera, para otimizar e ampliar o acesso marítimo. O projeto foi realizado peça Usiminas e a VLI, empresa de logística da Vale.
Desta forma, são cerca de 2,4 bilhões de litros de sedimentos dentro da construção. Confira as dimensões da cratera:
- 400 metros de diâmetro;
- 25 metros de profundidade.
Agora, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e o Ministério Público Federal (MPF) investem em uma nova ação para responsabilizar as empresas pelos danos ambientais.
Prejuízos do empreendimento na região
Em nota sobre a cava subaquática, a Usiminas relatou que “Há nove anos, a atividade é acompanhada pelo MP-SP e MPF e outras autoridades ambientais, sem que nenhum dano tenha sido constatado”.
Por outro lado, os moradores afirmam que desde que os sedimentos foram despejados no estuário, a população de peixes e siris ficou escassa e a qualidade dos remanescentes diminuiu. Além disso, eles notam mau cheiro e de poluição na região.
Assim, os danos ambientais impactam o dia a dia da comunidade de Cubatão. Alguns pescadores artesanais até mudaram de profissão após a cava, pois a economia pesqueira entrou em crise.
Outro ponto de atenção sobre o projeto, é que a abertura da cratera foi realizada sem a autorização da União. Agora, as autoridades devem iniciar as investigações para responsabilizar os culpados por esse prejuízo social e ambiental.