Em 2006, enquanto a Biblioteca Mário de Andrade passava por reformas, 12 gravuras do século XIX foram furtadas. Até hoje não se sabe quem ou exatamente como, e muitos pensaram que elas nunca retornariam ao seu local de pertencimento. Mas, no dia 17 de junho deste ano, o cenário da arte brasileira sofreu uma reviravolta: a Polícia Federal, com apoio da Interpol e a Polícia Metropolitana de Londres, rastrearam a recuperaram as obras, que agora, retornam ao acervo da biblioteca.
Para essa ação, foi realizada uma verdadeira força-tarefa internacional. Os 12 itens foram encontrados com um colecionador brasileiro que os adquiriu legalmente em um leilão em Londres, na Inglaterra. Infelizmente, os culpados pelo “crime artístico” ainda não foram identificados.
Quais foram as gravuras furtadas?
Criadas pelo artista suíço Johann Jacob Steinmann, entre os anos de 1834 e 1835, o livro “Souvenirs de Rio de Janeiro” é um conjunto 12 ilustrações pintadas à mão que representam as paisagens brasileiras.
Entre os registros visual e históricos, você encontra regiões do Rio de Janeiro como: Santa Teresa, Botafogo, Praia Vermelha e a Nova Friburgo.
Detalhes do crime
O acervo de obras da Biblioteca Mário de Andrade fica ao fundo do edifício e tem acesso restrito. Assim, em agosto de 2006, um funcionário da instituição notou que alguns itens estavam faltando. Segundo o levantamento realizado, não só as 12 gravuras de Johann Jacob Steinmann foram furtadas, mas, também, os seguintes itens:
- 58 gravuras de Johan Moritz Rugendas;
- 42 gravuras de Jean Baptiste Debret;
- 3 gravuras de Karl Hermann Konrad Burmeister;
- “Hore intemerate Beate Marie Virginis”, livro de orações de 1501.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) constatou que o crime foi cometido a longo prazo, no decorrer de meses, para não levantar suspeitas. Além disso, análises apontam que um estilete foi usado para retirar as ilustrações dos livros. Apesar do prejuízo, podemos celebrar que algumas obras foram recuperadas e já estão novamente no acervo.